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Foto do escritorDaniele Namorato

Drops jurídico: Aumento das taxas de juros e inflação provoca queda na venda de veículos


As constantes altas na taxa Selic, que nesse mês atingiu o valor de 12,75% anual, passaram a influenciar o mercado automotivo de forma drástica. Ainda que a taxa tenha alcançado a média de 26,5% anual em relação aos veículos 0km, segundo dados divulgados pelo Banco Central, o impacto é ainda mais significativo no setor de seminovos e usados.


De acordo com Enilson Sales, presidente da Fenauto, os financiamentos compõem aproximadamente 70% das vendas de carros usados e o crescimento da taxa de juros aliado a inflação representou um papel importante no ano de 2022. Segundo Enilson “Esse aumento tem impactado significativamente as operações. Hoje a taxa de juros em alta, inflação subindo e preços ainda não estabilizados são os principais fatores para que as vendas estejam em queda”.


Até o mês de Maio, o segmento de usados apresentou queda de 19% depois de crescer 18% em 2021, em razão da venda de 15 milhões de carros após a crise dos 0km causada pela ausência de componentes e chips. Leia nosso drops jurídico sobre a crise dos semicondutores: https://www.kbadvocacia.adv.br/post/crise-dos-chips-suspende-f%C3%A1bricas-e-posterga-lan%C3%A7amentos-de-ve%C3%ADculos


De acordo com dados informados pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação apresentou alta de 4,3% até o mês de abril e de 12,1% ao longo dos últimos doze meses. Dessa forma, os clientes já precavidos com a alta dos juros, vêm desistindo da compra por conta dos valores praticados.


Nicola Tingas, consultor econômico da ACREFI - Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, afirma que o aumento exponencial da inflação no Brasil e ao redor do mundo, retira de modo expressivo o poder de compra dos consumidores haja vista ser o principal motivo que enseja a retração do mercado automotivo. Segundo ele “Os juros praticados estão subindo por causa da inflação e são mais um custo adicional, mas acho que seu papel é secundário no recuo da demanda, com a inflação sendo o maior inibidor para tomada de crédito”.


É importante ressaltar que a Anfavea acredita que tanto os juros quanto a inflação podem ser considerados problemas secundários levando em consideração que influenciam o desempenho das montadoras em todo o planeta. Marcio de Lima Leite aponta que tal quadro é um dos maiores desafios enfrentados no Brasil: “Vemos que tudo isso tem impacto, mas ainda não é tão evidente pelo desafio maior ser a capacidade de produção para atender a demanda atual. É um ponto de atenção que estamos monitorando, principalmente quando falamos de crédito”.


Especialistas esperam que haja um novo aumento da taxa Selic no mês de Agosto em razão da resiliência da inflação. No que se refere à venda de carros no segundo semestre, a aposta da Fenauto é que o setor de usados apresente queda em Julho e comece a se reerguer ate o fim de 2022.



Um texto de Daniele Namorato

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